quarta-feira, 29 de abril de 2009

"Xoxota, essa desconhecida"

Apesar do título chulo, o vídeo do Tas no UOL sobre a vagina desfaz alguns mitos. A entrevista da fisioterapeuta esclarece e evidencia pontos sobre as raízes do problema. Pois mesmo que não se diga claramente "opressão": dizer vergonha, pudor, "não ser educada", "não estar acostumada" etc são elementos da mesma raíz opressora.

É claro que possui elementos machistas, mas dentro de uma sociedade na qual o órgão feminino é um tabu, este vídeo é progressivo. Afinal, infelizmente, "buceta", "xoxota", "casa do capeta", "borboletinha", "precheca", etc são denominações muito utilizadas. Excluí-las do debate é não encarar a realidade. Se a enxergamos, podemos combatê-la.



Bjos

Uma nova mulher

Que venha essa nova mulher de dentro de mim,
Com olhos felinos felizes e mãos de cetim
E venha sem medo das sombras, que rondam o meu coração,
E ponha nos sonhos dos homens
A sede voraz, da paixão

Que venha de dentro de mim, ou de onde vier,
Com toda malícia e segredos que eu não souber
Que tenha o cio das onças e lute com todas as forças,
Conquiste o direito de ser uma nova mulher

Livre, livre, livre para o amor....quero ser assim, quero ser assim
Senhora das minhas vontades
E dona de mim livre, livre, livre para o amor, quero ser assim,
Quero ser assim, senhora das
Minha vontades e dona de mim....

Que venha de dentro de mim, ou de onde vier,
Com toda malícia e segredos que eu não souber
Que tenha o cio das corças e lute com todas as forças,
Conquiste o direito de ser uma nova mulher

Livre, livre, livre para o amor quero ser assim, quero ser assim,
Senhora das minhas vontades
E dona de mim
livre, livre, livre para o amor, quero ser assim,
Quero ser assim, senhora das
Minhas vontades e dona de mim....

Que venha essa nova mulher de dentro de mim
Que venha de dentro de mim ou de onde vier
Que venha essa nova mulher de dentro de mim

(Simone)

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Desabafo de uma professora

A educação é uma daquelas coisas que todos acreditam, ou acreditaram em algum momento da vida, que poderia transformar o mundo porque seria ela capaz de transformar os indivíduos. Ledo engano.
Infelizmente, o capitalismo transformou a educação, e todo os sistemas educacionais, em mercadoria. Essa que expressa a relação dos homens com seu mundo material. Isso fez com que a escola perdesse o sentido para a maioria dos sujeitos que vivem dela e nela. Sejam os alunos, os professores e os os trabalhadores da educação como um todo.
Nas escolas particulares, a educação está concebida como uma forma de penetrar no mundo quase inacessível das grandes escolas públicas universitárias. Ou seja, nada mais funcional!
Nas escolas públicas... bem... no limite é uma forma da juventude não perder definitivamente a noção da exitência de um mundo que existe independente da nossa vontade. E lá vão os professores: aqueles que já cansaram não param de culpar os alunos. E os alunos que já não aguentam mais o blábláblá anacrônico dos professores os culpam também. Outros professores bem intencionados, ainda esperançosos e que não abandonaram o barco, buscam através dos imensuráveis projetos uma forma de pescar algum peixe ainda sobrevivente em meio a "tanta poluição". E os novos, como eu. Nossa!!!! Os novos são impressionantes! São aqueles que chegam e ainda conseguem falar a mesma língua, sentir os mesmos cheiros e odiar o mesmo sistema que os alunos. Alunos perdidos pelos corredores alvoroçados pela hora que os portões se abrem. Os novos, como eu, guardam uma vontade louca de fazer acontecer e procuram desesperadamente seus parceiros. Onde estarão os que ainda podem fazer surgir uma luz?
Olho para essa juventude e tenho vontade de lhes dizer que realmente essa escola não lhes serve. Que essa escola há muito tem servido aos donos do capital. Tem servido para nos tornar gado. Porquegado a gente ferra engorda e marca... Mas com gente é diferente....
Tenho vontade de me unir a eles quando jogam as bombas no pátio do colégio, quando bebem na sala de aula e quando gritam. Talvez ainda não tenhamos conseguido percebê-los. E nem eles mesmo perceberam que se se levantassem contra toda essa forma de opressão, ao amanhcer não existiria um só burguês vivo! Uma cegueira toma conta dos catedráticos. Uma cegueira que nos torna cúmplices desse aparelho ideológico e de reprodução do capital, que é a escola.
Procuro desesperadamente uma forma de dizer aos meus mais de 500 alunos que estou ao lado deles!Que se encontrem e quando esse dia chegar, que não desistam!!

quinta-feira, 2 de abril de 2009

O amor como obra de arte

A arte deve ser livre. Livre de imposições, de funções. Livre para a revolução, como disseram Trotsky e Breton.
Num primeiro momento podemos imaginar que tudo pode ser arte, ou que sua liberdade está condicionada em última instância a servir à Revolução. Mas é da relação dialética que a arte pode exprimir do mundo capitalista é que devemos desejá-la livre, lutar por sua liberdade desde agora e em conjunto com outras lutas políticas e econômicas que travamos cotidianamente. Mas, é claro, que ela será uma grande expressão das angústias humanas: nossa subjetividade produzida por relações concretas, por leis da existência, pela opressão e exploração de um sistema que se reproduz pela morte de uma classe. Essa é a matéria-prima, a fonte na qual bebe a arte revolucionária e independente. E são poesias, esculturas, gravuras, melodias, sons e objetos, dramas, romances, comédias e farsas. Trovas, prosas, poemas...são arte!
Assim também é com o amor. Uma relação social, como as demais, e que expressa a síntese de tudo o que vivemos cotidianamente como seres objetivos. Amamos como vivemos. Acabamos reproduzindo no amor nossas angústias humanas: nossa subjetividade produzida por relações concretas, por leis da existência, pela opressão e exploração de um sistema que se reproduz pela morte de uma classe. E assim como na arte, o amor também precisa ser livre. Porque a arte livre não se ajoelha diante da sua fonte, da sua realidade concreta. Ela a expõe, mas não capitula, ela procura superar essa angústia ao transformá-la em obra. O concreto-subjetivo-concreto, numa espiral que se forma e transforma num movimento contínuo.
Assim também é com o amor livre. Expressão máxima não apenas das angústias humanas, mas das relações que os seres humanos constroem sobre uma base material concreta. E assim sendo, está constantemente sob pressão para ceder, curvar-se de joelhos ante os algozes do capital e de suas ideologias e vícios. O amor romântico, construído e vendido pela burguesia, transformou o grau maior do amor em matrimônio (precedidos pelas nomenclaturas positivas namorados, noivos – enquanto criava, ao mesmo tempo, as nomenclaturas negativas: amantes, amasiados, concubina, entre outros). Ora vejam; PARA A BURGUESIA o amor tem grau e pode até ser registrado em cartório para garantir sua legitimidade!! E assim como faz com todas as relações, a burguesia escravizou o amor e o dominou sob sua ditadura. Por isso, para que todas as relações sejam livres, é preciso desejar e defender o amor livre. O amor dialético do concreto-subjetivo-concreto, o qual não se curva e que se propõe a estar lado a lado das outras manifestações políticas da luta permanente por outro mundo. Porque o amor – assim como a arte – é pensado, é construído por cada um dos seres envolvidos nesse sentimento. Sua forma, seus princípios, suas táticas são parte do amor como se fosse obra de arte. Os amantes livres são ao mesmo tempo veículo e artista (da arte e, nesse caso, veículo do amor – lugar onde se concretiza a arte e o amor). Seus corpos, seus olhares, seus gestos, os livros que carregam sob o braço, os abraços às vezes loucos e outros comedidos e outros tantos apaixonados e os sonhos sonhados... Corpos arrasados pelo trabalho alienado e mortificante, mentes destruídas pela insistência da classe inimiga de querer nos fazer acreditar na “nossa” incapacidade... mentes sedentas por respostas, por compreender o que parece incompreensível, mentes que procuram a saída...Corpos famintos de desejo, de prazer, de toque, de força, de gritos e gemidos. Mentes e corpos sedentos de companheirismo, de solidariedade e de amor. Talvez não saibam, mas esses amantes estão em busca de amor livre! Amor, como disse Moreno: a mais sublime de todas as relações que podemos construir. Um amor entre camaradas!

quinta-feira, 26 de março de 2009

Sobre a relação com as palavras

Entre as revolucionárias e feministas, é muito difícil lidar com ela quando estamos na batalha contra o machismo no cotidiano: a escolha das palavras.
Parece óbvio quando dizemos que não vamos permitir opressões "vocabulares". Mas detectá-la e-xa-ta-men-te não é uma tarefa fácil.
Outro dia, eu e meu companheiro tivemos uma briga. Muito mais light que outras anteriores, mas abriu um precedente para um debate interessante (não que nós dois tivéssemos cabeça para discutir sobre isto naquele instante, estávamos mais preocupados em -- que paradoxo -- ter razão).
Pela primeira vez, em um ano e meio, ele soltou um "palavrão". Aqueles, dos mais clássicos. Não que sejamos um defensor ferrenho da polidez vocabular em todos os momentos, mas um palavrão, num contexto de conflito, torna-se uma lâmina bem afiada e dolorida.
E, como parece óbvio, eu revidei, em tom mais alto e exigi "respeito". Eu não sou do tipo que falo palavrões em briga séria (falo bastante em ocasiões mais descontraídas), mas sou capaz de dizer certas coisas que penso, que são muito piores do que palavrão. E, pior, muitas vezes, sai sem querer.
É exatamente neste ponto que gostaria de tocar. Ser contra o palavrão em si, se não contextualizarmos, podemos cair numa moral burguesa de defesa dos "princípios do cidadão de bem que sabe falar direito". E não é este o ponto. Porém, num contexto de relacionamento entre homem e mulher, na qual predomina uma relação machista, abolir esta prática é praticamente uma questão de sobrevivência da mulher, enquanto ser forte e independente.
Este debate parece óbvio, mas não é. Vamos avançar. Como podemos combater "opressões vocabulares" que não são expressas em palavras "feias"? É muito mais difícil. Pois a tendência é sermos chamadas de neuróticas (entre a massa), ou subjetivadas (entre o movimento).
Fomos educadas a não responder grosseiramente, a sermos "meigas", "doces" e submissas. Por outro lado, quando nos emancipamos e tomamos consciência de nossa condição oprimida, tendemos a responder a tudo pelo viés do combate. Algumas até exageram e descambam para o sexismo. E, infelizmente, a "terceira via" ou, em outras palavras, o caminho do centrismo não leva ninguém a lugar algum.
Então como sair deste impasse? Em primeiro lugar, é preciso ter consciência de que não vamos vencer o machismo no plano individual. Isto significa que, sim, por mais revolucionário que você e/ou teu companheiro sejam, a relação sempre terá nuances machistas. Isto significa as mulheres se conformarem, baixarem a guarda e colocar a barriga no fogão e na pia? Definitivamente, não. Pelo contrário, significa fortalecer a luta coletiva pelos direitos, pela moral revolucionária, pela construção do partido e pelo seu fortalecimento como mulher. Significa entender, a todo momento, que somos vencedoras dentro de um sistema cujo destino feminino é exatamente o oposto. É não deixarmos de ser mulher, mãe (para aquelas que desejarem), trabalhadora e feminina só para acharmos que estamos vencendo o machismo (aliás, se para vencer o machismo, bastasse parecer com homem, seria muuuito mais fácil).
Apesar da compreensão dos limites do combate ao machismo no plano individual, não podemos nos calar dentro de casa para gritar nas ruas. No entanto, a solução não é o equivalente contrário: gritar dentro de casa. É preciso entender que o problema não é o seu companheiro em si, de carne e osso, mas de toda a sociedade e da cultura à qual ele e todos foram condicionados; só não vale também encará-lo como vítima: no limite, ele é o opressor, por mais que você o ame. Para isto, o diálogo e a compreensão política são fundamentais.
Em uma briga, os debates são calorosos, a cabeça esquenta, a tendência é perder o controle. No entanto, assim como em um debate político, desqualificar e caluniar o debatedor -- por mais pelego, entreguista e conservador que ele seja -- são "crimes" imperdoáveis. Demonstra descontrole político da situação.
Quando alguém desqualifica um debate, o revolucionário sempre tenta reorganizar os elementos e elevar o nível do debate. Se não, não vale a pena continuar. Em relação à calúnia, a mesma coisa. Quando a mulher revolucionária diz que seu companheiro está sendo machista, ela demonstra, aponta e argumenta com elementos concretos as raízes da opressão. Ela não se deixa levar por questões de princípios "feministas-pequeno-burguesas", tais como: se ele lava a louça, minha relação deixa de ser machista; ou sexistas, tais como: não divido minha casa com homem.
E, principalmente, a mulher revolucionária exige que seja entendida como "femme politicus" e o debate se dê neste nível; e não que o seu companheiro encare-a como uma cachorra-louca desenfreada ou uma maluca que vê coisas onde não tem.
Em relação à calúnia, o princípio é o mesmo. Como havia dito, utilizar-se de palavrões não sustenta o debate, não supera contradições, muito menos, eleva espiritualmente as duas partes.
Já para as palavras que não são exatamente palavrões, mas são tão caluniosas como tais. Trata-se da combinação destes dois fatores de elevação do nível do debate (combate à desqualificação e calúnia). É necessário demonstrar para o seu companheiro (ou o opressor) onde a opressão está. Não é uma tarefa fácil. Opressão a gente sente, nem sempre sabemos de onde o tiro vem. Mas elevar esta busca pelas raízes da opressão ou a "origem do tiro" para o plano político é o primeiro passo para o combate real e sustentável ao machismo.

domingo, 8 de março de 2009

Saga de uma paulista na capital mineira

Ainda teremos muitos posts sobre isto.
Para quem não sabe, casei e vim morar em Belo Horizonte. Para alguns é "Roça Grande", "Capital caipira" e outros apelidos jocosos, prefiro ficar com as comparações.

Pela primeira vez, peguei o carro e me aventurei pela cidade. Até então, andei de ônibus. Sabe como é: Google maps, BHTrans (sistema de transporte público de BH), 5 reais no bolso e não tem erro. Tal como andar em Sampa. O máximo que pode acontecer é não parar no ponto, mas é quase impossível com a hospitalidade do povo mineiro.

De qualquer forma, lá fui eu. Aventurei-me a ir até Contagem, com um amigo, é claro. Peguei a avenida de maior fluxo da cidade, Amazonas, perto de casa por sinal.
É incrível, senti-me no mar de rosas da gentileza urbana do trânsito caótico. Ninguém tem pressa (isto é bom e isto é ruim, depois eu conto).
Você dá seta e 3 ou 4 carros depois, alguém espera você entrar. Ficou desesperada pois se engarrafou entre dois ônibus, na faixa de ônibus (sim, você estava passando lá por acaso)? Não há problema, eles "faroleiam" e você sai tranquila.
Ah, e, pela primeira vez NA VIDA, eu vi isto: ELES-NÃO-ENCHEM-A-SUA-ORELHA-COM-BUZINA-QUANDO-FECHA-O-CRUZAMENTO. (nem te chamam de morfética, lazarenta pra baixo)
Sei lá se é por compreensão (pq, é óbvio, vc não fechou o cruzamento porque quis, você achou que ia dar tempo, o trânsito estava infernal e pá: lá está você em cima daquelas vexatórias faixas amarelas riscadas), por preguiça ou porque eles não têm pressa mesmo. Mas eu nunca tinha visto isto.
De qualquer forma, desde que estou aqui -- peguei o carro para uns passeios mais curtos também -- nunca ouvi um desaforo no trânsito.
Senti até vergonha de São Paulo. O trânsito é uma troca de insultos. Até me lembro da principal recomendação do meu ex-namorado quando eu aprendia a dirigir: nunca feche um cruzamento! É o seu fim como motorista. Em Minas, o fim deve ser um 'cadinho mais pra frente.

Para quem irá se aventurar por BH: aperfeiçoe-se bastante no pé-de-pato ou o controle-de-embreagem-em-morros-acentuados. A parada aqui é Rock'n Roll.

Mas não pensem que tudo é assim, um mar de rosas. Se uma paulista sofre, um paulistano tem ataques histéricos aqui. Até você entrar no ritmo, é óbvio. Mas já passei por várias situações particularmente irritantes.

Na pizzaria:
30 minutos até vir o garçom. 45/50 até vir a pizza. 20 para chegar a conta. Mais 20 para chegar o troco. É fato: em SP isto é i-nad-mis-sível. Na segunda espera, qualquer paulista(no) já estava dando piti. Ao passo que os mineiros que me acompanhavam achavam aquilo nor-mal.
Em suma, recomendo pagar no cartão ou o valor exato. Depois de tanta espera, os 20 minutos do troco tornam-se insuportáveis.

Na lotérica (pagar conta):
Fila. Cinco pessoas à frente. Para andar duas pessoas: 5 minutos.
Para andar as últimas três pessoas: meia-hora.
Por quê? Porque elas conheciam a mulher do caixa, o marido da mulher do caixa, a filha da mulher do caixa que tinha câncer, o cunhado do sogro da mulher do caixa e mais uma pá de parentes. Fizeram questão de perguntar como iam todos, um de cada vez, e o que estavam fazendo da vida.
Em SP, alguém já tinha pedido a "gentileza" de andar logo com esta fila.

Na loja de roupas C&A:
Foi o ápice.
Estressei com a falta de atendimento. Uma mulher apenas para atender uma fila gigantesca. E nenhum gerente cretino para remanejar pessoas. Eu não ia descontar na mulher do caixa, não é? Uma trabalhadora que não ganha nada além do trabalho fdp que ela tem. Mas o gerente, não. Se a loja tem lucro, o gerente ganha. Então pau nele!
Chamei o responsável, arrastei o sotaque mineiro, o máximo que podia, e desci a lenha.
Por que no mineirês? Simples: porque já ouvi várias vezes: "xi, liga não, esta aí é paulista estressada". É mole?

No ônibus
Neste caso, eu faço minha auto-crítica: fui de uma grosseria sem fim. Só descobri depois. Mas é que SP embrutece as pessoas tão rapidamente que você faz certas coisas e considera-as normal.
Estava no ônibus, um calor infernal, tinha saído da aula de flamenco, um sujeito senta-se ao meu lado e puxa conversa. Ora vejam, eu não estava afim de conversar. E, simplesmente, respondia: "unhum", "ah", "eh". A mulher ao meu lado devorou-me com os olhos e eu não entendia.
Até que o senhor perguntou: "Você sabe onde eu desço para ir à rua X?".
Uai, eu não sabia. Não conhecia BH radicalmente, eu só sabia pegar o bus número X e descer no ponto Y. Mais nada.
A mulher que me devorava com os olhos puxou conversa com ele, informou onde era, eles começaram a trocar a maior idéia e, na hora de descer, o senhor fez questão de dar "tchau" só para ela e me deixou no vácuo. Sim, eu arrisquei dizer tchau também e falei com o além.
A mulher voltou-me a devorar praticamente dizendo: "aprendeu como se faz em Minas?".
Saí meio transtornada e encabulada.

sábado, 7 de março de 2009

Feminismo no cotidiano

Cinco pessoas no carro. Quatro homens e uma mulher.

O motorista (ao passageirO da frente) -- Se importa se eu fumar?

Passageiro da frente -- Não, não. Fica tranquilo.

O motorista (aos dois passageirOs atrás) -- E vocês dois?

Os passageirOs -- Não, não. Vai em frente.

O motorista acende o cigarro.

30 segundos depois.

Mulher cutuca o motorista à frente -- Eu também não me importo, ouviu?